Dia 8 de março é o chamado *Dia Internacional da Mulher*. Esta data é celebrada em memória às mortes mas mais de 120 mulheres que foram queimadas em uma fábrica ao protestarem por salários mais dignos em 1857, nos Estados Unidos.
Não é interessante pensar este dia como o "dia da mulher". Vou tentar explicar para vocês meus motivos para desconfiar deste título. Quando você dedica um dia para uma pessoa, um evento, se desobriga a cuidar simbólicamente dessa pessoa ou evento o restante dos dias. Como não há um dia dos homens e há apenas um dia das mulheres, poderíamos pensar que esta data sustenta que todos os outros dias do ano seriam dias dos homens.
Outra coisa a ser pensada é que o dia não é tanto de festividade mas de reflexão sobre as lutas das mulheres. Se o mundo não é seguro para todas as pessoas, é mais inseguro para as mulheres. É mais arriscado ser mulher do que ser homem. O espaço público é uma ameaça constante. As mulheres têm que cotidianamente lidar contra os riscos do público, mas também do privado. A violência doméstica é majoritariamente cometida contra mulheres. Ou seja, uma parte grande das mulheres não está segura nem andando a noite na rua, nem no interior de suas casas.
Mas apesar de toda essa cena obscura, as mulheres estão aí fazendo coisas interessantes pelo mundo: são professoras, médicas, cientistas, sacerdotizas, filósofas, militantes de movimentos sociais, artistas, anônimas, políticas, guerreiras.
Por isso, minha homenagem, não apenas neste dia, mas em todos os dias de minha vida é pensar as mulheres como guerreiras, que devem ser lembradas no dia 8 nao como o ícone da beleza e da sensibilidade, mas por sua luta. Fica minha manifestação pessoal de que hoje deveria ser lembrado como o *dia internacional da luta das mulheres*.
Um abraço a todas vocês que entram no mundo para fazê-lo viver. Agradecendo especialmente a letícias, iansãs, marias, clarices, vandas, stellas, anitas, olgas, aspásias, e outras que tem a generosidade de partilhar seus mundos conosco.