Manifesto Luda
Luda nunca foi,
pois não pensa em ser nada:
Luda não quer ser
e pensa que todas certezas e identidades certas
sao espacos autoritarios e de exclusão.
Luda não é nem uma coisa nem a outra,
mas, antes mesmo de a fazerem ser,
ela já terá significado muitas coisas.
luda-se!
Luda, por ludir, está sempre a caminho de não ser,
transitando nomade por entre as fissuras da normatividade.
Luda não quer jogar, avacalha
e reivindica as fissuras como contra-espacos de voz.
luda-se!
Luda nem mesmo está, Luda foge.
e foge cotidianamente, pois conhece as regras
e as parodia e as desperta.
se você olha, Luda se desfaz,
pois ela é tudo aquilo que não é fronteira:
Luda é um desvio gritante.
luda-se!
Luda um dia já guardou seu inconformismo,
mas não aprendeu a se acostumar,
pois não acredita no quietismo de pensar e se esconder.
Luda está sempre a beira de não fazer sentido
mas rejeita a loucura de separar vida e provocação,
fazendo do dia um distúrbio anti-sedativo.
luda-se!
Luda ri.
Luda pensa que brincar é a melhor subversão,
e faz cócegas na violência.
Luda não é um sacrifício:
Luda é lúdica.
Luda reluta em ser contável,
e não tem casa, cabeca nem membros.
Luda é antes um corpo desorganizado
e sempre em crise,
Luda é o último estado de humor do capitalismo.