|
Main /
Sexando O CorpoSexando o corpo Em A Tempestade, Prospero denuncia Caliban como, "Um demônio, um demônio de nascença, um em que sua criação nunca poderia durar..." Essa passagem de A Tempestade deixa claro que as questões da natureza e criação se complicaram. Cultura européia por um tempo. Modos euro-americanos de entender como o mundo funciona depende fortemente do uso de dualismos--pares de conceitos opostos, objetos ou sistemas de crença. Deixe-me considerar hoje três pares relacionados --sexo/gênero, natureza/criação e real/construído. Nós geralmente aplicamos dualismos em alguma forma de argumento hierárquico. Prospero reclama que a natureza controla o comportamento de Caliban e que suas, de Prospero, "dores humanamente tidas"(para civilizar Caliban) não são em vão. Criação humana não consegue conquistar a natureza do demônio. Hoje, irei argumentar que questões intelectuais não podem ser resolvidas nem progresso social ao reverter à reclamação de Prospero. Na criação do conhecimento biológico da sexualidade humana, eu espero destruir o nó Gordiano do pensamento dualístico. Eu proponho ao invés do natural vs. criação ou real vs. construído, que a sexualidade é um fator somático criado por um efeito cultural. No final, o dualismo sexo/gênero limita o feminismo e outras formas de análises. O termo 'gênero,' colocado em uma dicotomia, necessariamente exclui biologia. Pensando criticamente sobre a biologia permanece impossível por causa da divisão real/construído(as vezes formulado como a divisão entre natureza e cultura), em que muitos mapeam o conhecimento do real dentro do domínio da ciência enquanto igualam o construído com o cultural. Formulações dicotomicas de feministas e não-feministas conspiram em fazer uma análise socio-cultural do corpo parecer impossível. não há foto Algumas teóricas feministas, especialmente durante a última década, tentaram --com graus variados de sucesso-- criar um relato não-dualístico do corpo. Filósofa feminista Judith Butler, por exemplo, tenta reclamar o corpo material para o pensamento feminista. Porquê, ela pergunta, a idéia da materialidade veio a significar aquilo que é irreduzível, que suporta construção mas não pode, ela mesmo ser construída. Nós temos, Butler diz,(e eu concordo) que falar sobre o corpo material. Existem hormônios, genes, próstatas, útero e outras partes corporais e fisiologias que nós usamos para diferenciar masculino do feminino, que se tornam parte do chão de onde variedades de experiências sexuais e desejos emergem. Adiante, variações em cada um destes aspectos da fisiologia afetam profundamente a experiência de genêro e sexualidade de um indivíduo. Mas cada vez que tentamos retornar ao corpo como algo que existe anterior à socialização, anterior ao discurso sobre homem e mulher, Butler diz, "nós descobrimos que a matéria é inteiramente sedimentada com discursos sobre sexo e sexualidade que prefiguram e contem os usos aos quais aquele termo pode ser posto." Noções ocidentais da matéria e materialidade corporal, argumenta Butler, tem sido construídas através de uma 'matrix de genêros'. Filósofos clássicas associaram feminilidade com materialidade. Considere, por exemplo, as origens da palavra 'matéria' de matéria e matrix se referindo ao útero e problemas de reprodução. Em ambos grego e latim, de acordo com Butler, matéria não era entendida como um branco passado esperando a aplicação de significado exterior. "A matrix é um... princípio formativo que inaugura e informa um desenvolvimento de algum organismo ou objeto...para Aristótoles,'matéria é potencialidade, forma exatamente'...Na reprodução mulheres são ditas a contribuir com a matéria, homem com a forma." Como Butler nota, o título de seu livro, Bodies that Matter, é trocadilho intencional. Para ser material é preciso falar sobre o processo da materialização. E se pontos de vistas sobre sexo e sexualidade já estão afogados em nossos conceitos filosóficos de como a matéria forma o corpo, a matéria dos corpos não pode ser um ponto de partida neutro, para entender as origens da diferença sexual. Isto, então, é nosso dilema: já que a matéria já contém noções de gênero e sexualidade, ela não pode ser um recurso neutro para construir teorias "científicas" ou "objetivas" do desenvolvimento sexual e diferenciação. Ao mesmo tempo, nós temos que reconhecer e usar aspectos da materialidade que 'pertencem ao corpo'. "Os domínios da biologia, anatomia, fisologia, composição hormonal e química, doença, peso de idade, metabolismo, vida e morte" não podem "serem negados". Em outras palavras, para falar sobre sexualidade humana requer uma noção do material. No entanto a idéia do material nos vem à mente manchada, trazendo consigo idéias pré-existentes sobre diferenciação sexual. Butler sugere que devemos olhar o corpo como um sistema que simultaneamente produz e é produzido por significados sociais, como qualquer outro organismo sempre resulta de combinadas e simultaneas ações de natureza e criação. Diferente de Butler, filósofa feminista Elizabeth Grosz permite alguns processos biológicos um status que pré-existe seus significados. Ela acredita que instintos biológicos ou desejos oferecem um tipo de material cru para o desenvolvimento da sexualidade. Mas materiais crus nunca são o suficiente. Eles devem ser oferecidos com um jogo de significados, "uma rede de desejos que" organizam o significado e a consciência das funções corporais da criança. Essa alegação se torna clara se alguém seguir estórias das chamadas "crianças selvagens" criadas sem restrições humanas ou incultição de significado. Tais crianças não adquirem linguagem nem desejo sexual. Enquanto seus corpos oferecem os materiais crus, sem um cenário social humano, a argila não pôde ser moldada em uma forma física reconhecível. Sem sociedade humana, sexualidade humana não pode se desenvolver. Grosz tenta entender como a sociedade humana e significado que claramente se originam fora do corpo, acabam incorporados em seus comportamentos fisiológicos, por fora, ambos inconsciente e consciente. Alguns problemas concretos exemplificam este problema: considere uma velhinha de cabelos brancos, bem na sua nona década, olhando no espelho sua face enrugada. "Quem é esta mulher no espelho?" ela imagina. Sua imagem mental do corpo não sincroniza com a reflexão do espelho. Sua filha, agora nos seus cinquenta, tenta lembrar que ao menos ela use os músculos da perna ao inves dos ligamentos do joelho, descer e subir as escadas será um tanto doloroso. (Eventualmente ela irá adquirir um novo hábito kinésico e dispensar com pensamento consciente sobre a matéria). Ambas mulheres estão trabalhando para reajustar os componentes visuais e kinésicos de seus corpos, formados na base de informação passada, mas sempre um pouco fora de data com o corpo físico atual. Como tais reajustamentos ocorrem, e comos nossas primeiras imagens corporais se formam em primeiro lugar? Para discutir este problema nós precisamos de um novo conceito de psique --um lugar onde uma translação de d translação de dois lugares entre a mente e o corpo toma lugar-- uma nações unidas, como foi, de corpos e experiências. Em Volalite Bodies Elizabeth Grosz pensa em voz alta como o corpo e a mente vem a serem juntos. Para facilitar seu projeto ela usa a imagem da fita de Mobius como uma metáfora para a psique. A fita de Mobius é uma peça topológica, uma fita lisa, por imaginar uma formiga andando ao longo dela. No começo da jornada circular, a formiga está claramente no lado de fora. Mas conforme atravessa a fita distorcida, sem nunca levantar suas pernas do plano, ela termina na superfície interior. Grosz propoe que pensemos do corpo --o cérebro, músculos, orgãos sexuais, hormônios e mais comprometendo o interior da fita de Mobius. Cultura e experiência, constituiriam a superfície exterior. Mas, como a imagem sugere, interior e exterior são continuos e um pode se mover de um espaço para o outro sem nunca levanter o pé do chão. Grozs enxerga que corpos criam psiques usando a libido como caneta para marcar os traços do caminho dos processos biológicos para uma estrutura interior de desejo. Isto cai em uma arena diferente de erudição estudar o "exterior" da fita, uma superfícia mais obviamente marcada por "textos, leis e práticas pedagógicas, jurídicas, médicas e econômicas" para "tirar um subject social... capaz de trabalho, ou produção e manipulação, um subject capaz de atuar como um subjecy...". Grosz também rejeita o modelo natureza vs. criação do comportamento humano. Enquanto reconhece que nós não entendemos os fins e limites da flexibilidade do corpo, ela insiste que nós não podemos meramente "subtrair o ambiente, cultura, história" e terminar com "natureza ou biologia." Isto é onde muitos trabalhos feministas são construídos. Além de Dualismos Grosz postula desejos inatos que se organizam por experiência física em sensações somáticas que traduzem aquilo que chamamos de emoção. Tomando o inato como valor próprio, no entanto, ainda nos deixa com um resíduo de natureza inexplicado. Humanos são biológicos mas em algum sendo natural E social, e mas em algum senso artificiais, ou, se quiser, entidades construídas. Podemos elaborar um modo de nos vermos, conforme nos desenvolvemos de fertilização à idade adulta, como simultaneamente natural e inatural? Durante a decada passada uma visão excitante surgiu na qual eu levemente me juntei sob a rubrica da teoria de sistemas desenvolvementistas, ou DST. O que ganhamos escolhendo DST como um alicerce analítico? Teorias de sistemas desenvolvementistas negam que existam dois fundamentais tipo de processos, um guiado por genes, hormonios e células cerebrais (i.e. natureza), e o outro pelo ambiente, experiência, aprendizado ou forças sociais incipientes (i.e. criação). Como, especificamente, DST pode nos ajudar quebrar os processos de pensamentos dualísticos? Considere um bode nascido sem pernas. Durante sua vida ele manejou se mover em seus membros escondidos. Um anatomista que estudou o bode depois de sua morte descobriu que ele possuía um coluna em formato de S (assim como humanos) "Ossos espessos, inserções musculares modificadas, e outras correlações de se mover em duas pernas." Este (e o de todos os bodes) sistema esquelético desenvolveu-se como parte de sua maneira de andar. Nem seus genes, nem seu ambiente determinou sua biologia. Apenas o conjunto tinha esse poder. Muitos fisiologistas desenvolvementistas reconhecem este princípio. Como um biologista escreve, "Enstruturação ocorre durante a performance de estórias de vidas individuais." Alguns anos atrás, quando neurocientista Simon Le Vay? relatou que estruturas cerebrais de homens gays e heterossexuais diferenciam (e isto espelhou uma diferença mais geral da diferença entre homens e mulheres hétero), ele se tornou o centro de uma tormenta. Embora um herói instantaneo entre muitos homens gays, ele esteve em problema com um grupo misto de pessoas. Por um lado feministas como eu desgostaram de seu uso inquestionavel de dicotomias de gênero que no passado nunca funcionaram para aprofundar a igualdade para mulheres. Por outro, membros da direita religiosa odiaram seu trabalho porque acreditam que homossexualidade é um pecado que individuos podem escolher rejeitar. O trabalho de Le Vay?, e mais tarde de geneticista Dean Hamer, sugeriu a eles que homossexualidade é inerente ou inata. A linguagem do debate público rapidamente se tornou polarizado. Ambos lados contrastaram palavras como genética, biológica, inerente, inata, e imutavel com aqueles de ambiental, adquirido, construído e escolha. Para facilitar como tais debates evocam a divisão natureza/criação é um consequência da pobreza de uma aproximação não-sistemáticas. Politicamente, o alicerce natureza/criação carrega perigos enormes. Embora uma esperença de que crença no lado natural das coisas irá levar a maior tolerância, história passada sugere que o oposto também é possível. Até mesmo os arquitetos do argumento da natureza reconhecem os perigos. Em uma passagem extraordinária nas páginas de Science, Dean Hamer e seus colaboradores indicaram sua preocupação. "Seria fundamentalmente anti-ético usar tal informação para mudar ou alterar a orientação sexual presente ou futura de uma pessoa... Invés, cientistas, educadores, fazedores-de-política e o público deveriam trabalhar juntos para que tal pesquisa é usada para o benefício de todos da sociedade." Fisiologista feminista e teórica crítica Elisabeth Wilson usa o hubbud em cima do trabalho de Le Vay? para fazer alguns pontos interessantes sobre teorias de sistema. Muitas feministas, teoristas críticos e queer trabalham por deliberamente deslocar biologia, assim abrindo o corpo para formação social e cultural. Isto, no entanto, é o movimento errado a se fazer. Wilson escreve: "O que pode ser politica e criticamente controvertido na hipótese de Levay não é a conjunção neurologia-sexualidade por si, mas a maneira particular com a qual tal conjunção é feita." Uma resposta política efetiva, ela continua, não precisa separar o estudo da sexualidade das neurociências. Ao inves, Wilson, que deseja que nós desenvolvemos uma teoria de mente e corpo --um relato da psique que se junta à libido do corpo-- sugere que nós feministas incorporemos em nossa visão do mundo um relato de como o cérebro funciona isto é, largamente falando, chamado conexionismo. A aproximação fora de data de entender o cérebro era anatômica. Função poderia ser localizada em partes particulares do cérebro. No fim função e anatomia eram um. Esta idéia carrega a revolta com o trabalho de Le Vay?. Muitos cientistas acreditam que diferença estrutural representa a localização cerebral para diferenças comportamentais medidas. Em contraste, modelos conexionistas argumentam que função emerge da complexidade e força de várias conexões neurais atuando de uma vez. Este sistema tem algumas características importantes: (1) as respostas não são sempre lineares, (2) as redes podem ser "treinadas" para responder de formas particulares, (3) a natureza da resposta não pode ser facilmente previzivel, e (4) informação não é localizada em lugar nenhum, inves é o resultado redial de várias diferentes conexões e suas forças variaveis. As doutrinas de alguma teoria conexionista oferecem pontos de partida interessantes para entender desenvolvimento sexual humano. Porque redes conexionistas, por exemplo, são geralmente não-lineares, pequenas mudanças podem produzir efeitos grandes. Uma implicação para estudar sexualidade: nós podemos facilmente estar olhando para os lugares errados e na escala errada para aspectos do ambiente que formam o desenvolvimento humano. Adiante, um comportamento único pode ter muitas causas sublinhadas: eventos que ocorrem em tempos diferentes do desenvolvimento. Eu suspeito que sexualidades que nos rotulam como homossexual, heterossexuai, bissexual, e transgênero não são boas categorias de forma alguma, e são melhores entedidas apenas em termos de eventos únicos de desenvolvimento individual. Assim, eu concordo com aqueles conexionistas que argumentam que "o processo de desenvolvimento em si está no coração da aquisição de conhecimento...Desenvolvimento é um processo de emergência." Na maioria das públicas e em algumas científicas discussões, sexo e natureza, são pensados como real, enquanto gênero e cultura são vistos como criação. Mas estas são falsas dicotomias. As vezes, por exemplo, sexo é, literalmente, construído. No caso da intersexualidade, cirurgiões removem partes e usam plástico para criar genitália "apropriada" para pessoas nascidas com partes de corpo que não são facilmente identificaveis como macho ou femea. Médicos acreditam que suas habilidades os permite "ouvir" a natureza dizer a verdade sobre que sexo seu paciente terá de ser. Alas, suas verdades vem da arena social e são reinforçadas, em parte, pela tradição médica de tornar nascimentos intersexuais invisíveis. Deixe-me resumir: quando examinamos a construção da sexualidade começando com estruturas visíveis da superfície exterior do corpo terminando com comportamentos e motivações --isto é com atividades e forças que são onipatentes invisíveis-- inferidas apenas com seu resultado, mas presumidas em serem localizadas pronfudas dentro do interior do corpo nós descobrimos que comportamentos são geralmente atividades sociais, expressadas em interação com objetos e seres distintamente separados. Assim, como nos movemos da genitália para o exterior, da psique invisível, nós nos encontramos, de repente, andando sob a superfície de uma fita de Mobius ao contrário, e além, do exterior do corpo. Apenas se conceitualizarmos a sexualidade como parte de um sistema desenvolvementista que alcança de nossa história social e cultural até as células de nossos corpos nós poderemos aprender como nos mover do exterior para o interior e para fora de novo, sem nunca levantar nossos pés da superfície da fita. Este artigo é um versão do Capítulo Um: Sexing the Body: Gender Politics and the Construction of Sexuality. outros artigos de Anne Fausto-Sterling http://bms.brown.edu/faculty/f/afs/afs_publications_articles.htm publicado também no international journal of transgenderism http://www.symposion.com/ [retirado do blog: não à assimilação gay] ________________________________ |